Lá vamos nós de novo nessa onda doida de ENEM… Contrariando meu pessimismo, eu sobrevivi a mais uma edição desse exame, e espero que seja a última, porque não tenho mais coração pra isso. O Exame Nacional do Ensino Médio (dito cujo ENEM) desse ano foi tão enxuto, sério, que não tem nem graça de fazer zuera. Quem espera alguma coisa inusitada nesse post, vou dizer a mesma coisa que disse a minha mãe quando me pediu que eu passasse pra medicina: reduza suas expectativas. Esse ano não teve pote de barro, nem garota se bronzeando debaixo de lâmpadas fluorescentes, nada disso. Uma das únicas coisas pra se comentar nesse sentido foram as frases do caderno de questões.
"Todo ser humano é um estranho ímpar."
"A vida é simples e isto apenas."
Como não teve nada de graça, vamos falar das pessoas que fizeram a prova. Sim, aquele povo que levou duas cestas básicas pra comer na hora da prova pra tirar sua concentração, ou as piriguetonas que foram de vestidinho curto, chapinha no cabelo, como se fosse pra um baile funk, ou os tontos que chegaram atrasados. Vamos começar do começo dã
Antes dos portões abrirem, pelo menos no colégio que eu fiz, todo mundo já estava lá. Quase todas as meninas foram de vestido colado, curto, bijuterias, chapinha no cabelo, batom vermelho, parecendo que iam conhecer a Rainha da Inglaterra. Tenho duas coisas a falar sobre isso: você se arruma para uma coisa que sente prazer em fazer, ou estar lá, qualquer coisa. Você sente prazer em estar ali pra fazer o ENEM? Você queria estar realmente ali? NÃO! Então por que raios tanta arrumação? Desnecessário. Segundo: não use aquelas calças apertadas azul escuro, por favor, não use. Você pensa que fica legal, mas não fica. Pode ser moda, mas não fica legal. Isso pode ficar mais ou menos em patricinhas, riquinhas, filhinhas de papai, e convenhamos, se você fosse desse tipo não estaria ali. Mal suportei a época do rosa choque, agora querem vir com o azul-assustei? Não!
Portões abertos, hora de entrar pra sala. Sempre tem aquele esfomeado que passa mais tempo comendo e fazendo barulho do que respondendo a prova, sempre. Qual a necessidade de levar o supermercado inteiro pra sala? Não sei como essas pessoas conseguem comer e não estourar o tempo. Eu mal consigo beber água, aliás, nem sei se eu pisco quando estou respondendo, que dirá sentir fome. Ontem eu só fui dar conta que estava com sede quando saí do colégio.
Como se não bastasse os esfomeados, tem os inquietos. Atrás da minha carteira, quando digo carteira quero dizer aquelas carteiras de um braço só que nem cabe a folha em cima, uma porcaria, quem inventou aquela merda merece o inferno, enfim, atrás tinha essa garota que não parava de chutar minha cadeira. Tudo bem, na hora todo mundo fica nervoso, mas ter um ataque nervoso já é demais. Na hora de preencher o gabarito quase borrei. Se tivesse borrado ia ter morte naquela sala. Arrancaria os olhos daquela desgraçada desinquieta, como diria minha mãe, palanqueta do diabo. Jurei que no domingo, se acontecesse aquilo de novo, eu iria ensinar pra ela como se manja o paranauê. Mas Deus é pai que ela não veio no segundo dia. Além de abestada é desistente. Pior do que gente desinquieta é gente porca. Não pararam de soltar pum no primeiro dia de prova, todo mundo comendo pela boca e soltando pelo… Bem aí mesmo onde você pensou. Quase que eu virei pra trás e disse: “Gente, quem tá podre aí?” Não é possível. Onde está a educação desse povo? Outra coisa chata é aluno fazendo prova no mesmo local que o professor. Nunca faça isso. Se você chegar no dia da prova e ver que seu professor também vai fazer na sua sala, não entre, desista, deixe pro próximo ano, vai ser melhor. Isso vai evitar muitas piadinhas sem graça, escute o que eu digo. E sobre os ficais? Eles também não ficam de fora! Estavam piores do que ano passado. Não sabiam nada de nada. Se alguém perguntava algo eles diziam: “Não sei.” Se eles não sabem, imagina a gente…
Já a prova foi aquela coisa tensa de sempre. No primeiro dia você enrola pra sair com o caderno de questões, no segundo dia você fica com o c* na mão pra preencher o cartão resposta a tempo. É sempre assim. Falando em prova, quem acertou a questão do NanoKid? Que ódio daquela desgraça!!! Meu professor de física merece uma surra por não ter me apresentado aquele boneco enquanto eu estudava. E as questões de física? Tive que baixar o eletricista pra poder responder alguma coisa. Teve uma questão que levou uma página inteira!
E as questões de matemática no segundo dia? Se baixou o eletricista no primeiro dia, tive que baixar o fazendeiro pra conseguir descobrir qual a vaca mais leiteira, sô! As questões de porcentagem eu fui boa, sempre tive afinidade com porcentagem, já as outras, nem tanto. Das outras eu sei o mínimo do mínimo do mínimo do básico possível para uma estudante do ensino público. “Então você não sabe de nada” Pois é…
bem isso |
Depois daquelas questões de química precisei comer meio bolo de chocolate pra não ir rolando do colégio até minha casa, chorando, enquanto grito versos de liberdade.
E a redação? Eu estava esperando que fosse sobre a África, porque no primeiro dia foi o assunto da prova. Aliás, alguém mais percebeu que quem redige esse exame tem ódio da internet? Volta e meia tem alguma questão criticando… Tô sabendo! Quando tocou o sinal e abri a prova e vi o tema da redação quase tive uma síncope. Todo mundo se uniu em um uníssono e discreto grito de aprovação: “Yes!” Gostei do tema, é muito amplo e discutido durante todo o ano, eu mesma já cansei de escutar reportagens sobre os perigos de beber e dirigir. Não foi como o tema do ano passado que era sobre uma corrent migratória que eu nem sabia que existia lá onde Judas perdeu a crocs. Esse sim foi um tema relevante. Acho que me saí melhor nessa redação do que na anterior. Falando em segundo dia, quase tive outra síncope antes da prova por ouvir um caso de um menino da sala ao lado da minha que cochilou durante a prova e só acordou porque um colega o cutucou.
fiquei desse jeitinho quando ouvi isso |
“Coitadinho, passou a noite estudando” Ainda não senti pena. “Deve ser porque comeu muito antes da prova” Sinto menos pena ainda. Como alguém consegue dormir na hora da prova? Como alguém consegue sentir algo durante a prova? Eu nem respirei!
Eu pensando que os causos desse ano seriam menos vexatórios que os do ano passado… Estava enganada. Teve um garoto em Fortaleza que desmaiou porque não chegou a tempo e os portões fecharam.
De todos, esse foi o melhor. Fora os atrasados que perderam a hora e colocaram a culpa no horário de verão. Só digo uma coisa: se fosse um show da Lady Gaga ou do Justin Bieber todo mundo chegaria uma semana antes, ninguém perderia o horário, nem confundiria nada. Isso aí é falta de interesse mesmo. Igual as duas irmãs da minha sala que chegaram pra fazer a prova com duas canetas azuis. Vocês são jeca é? “Ah coitadinhas, não leram o edital” Não sinto a mínima pena. Eu não li o edital e nem por isso fiz uma burrice dessa. Como se fosse só no edital que falasse isso… No cartão de confirmação fala isso, na internet fala isso, nos jornais, no rádio, em todo canto se avisa isso. Não acertou porque é muito jeca mesmo. Igualzinho os jecas que tiraram foto da prova e postaram no Instagram, e foram eliminados. Ainda ouvi falar que seriam processados. Acho muito bem feito.
Enfim, todo mundo tem um caso doido pra contar sobre o ENEM. Esses foram alguns dos meus. Boa sorte a todos, espero que passem para o que desejam. Não vou dizer até ano que vem, porque ano que vem não pretendo passar por essa tortura novamente. Minhas costas estão doendo daquelas cadeiras malditas e meu cérebro ainda não se recuperou do baque. Saí de lá ontem que nem sabia onde eu estava. Acho que ainda não caiu a ficha de que essa tormenta passou… Então, boa dipirona pra vocês e OLHA O LAGARTO! Pera, mas foi largato ou lagarto? Uai eu sei não, o bicho passou muito depressa!
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