“A sensação é de que se lê uma história de Conan Doyle, e só os invejosos verão defeitos nesse esplêndido thriller.” – The Bookseller
É com essa opinião corretíssima que começo a postagem de hoje sobre o novo romance de Sherlock Holmes “A Casa da Seda”. Alguém se lembra do meu post apelativo que fiz alguns meses atrás sobre esse mesmo assunto? Então, deu certo. Ganhei o livro!
Gabriel meu amg de fé meu bro camarada |
Verdade, ganhei o livro mesmo, o responsável pelo ato de bondade imensurável foi meu amigo Gabriel, que comprou, leu, gostou tanto que disse que ia mandar pra mim, mas com uma condição, a minha opinião sobre a obra. Como trato é trato, está aqui o que eu achei do livro.
A Casa da Seda é um livro escrito por Anthony Horowitz, que se você der a qualquer leitor acostumado com as obras de Sherlock Holmes ele vai afirmar que é um legítimo conto Sherlockiano escrito por Sir Arthur Conan Doyle, tamanha perfeição com que ele narra a trama. O modo como ele conduz a linha de pensamento investigativo de Holmes é muito fiél as obras originais, os diálogos, a sucessão de fatos que leva a solução do caso, o elemento surpresa, tudo isso e muito mais te leva para dentro da história, mas exatamente em novembro de 1890, com Londes enfrentando um inverno implacável, um homem inquieto bate na porta do 221B de Baker Street contando uma história de que um homem com uma cicatriz estava seguindo ele e que já havia marcado um encontro mas o tal homem não apareceu, dias depois ocorre um roubo na casa deste mesmo homem, Holmes e Watson vão ao encalço desse sujeito com a ajuda de seu batalhão de meninos de rua, eles chegam a uma pensão e lá encontram o tal homem da cicatriz morto. O menino de rua chamado Ross se assustou com o homem que anteriormente tinha procurado Holmes e com medo não disse nada. Esse mesmo menino dias depois foi encontrado morto na beira de um rio com uma fita branca amarrada ao pulso. Pronto, esse foi o estopim para Sherlock Holmes e Watson se afundarem de vez nas investigações sobre esse estranho nome, A Casa da Seda.
Logo quando li que Watson fez questão de trancar os manuscritos desse caso em um cofre que só seria aberto cem anos depois porque o que continha nessas páginas poderia abalar toda Londres eu pensei em alguma coisa podre, como um grupo de matadores de aluguel que fazia serviços para o governo, pensei talvez que os próprios homens de alto escalão poderiam fazer o serviço, ou poderia ser uma casa de prostituição, ou quando cheguei na metade do livro poderia afirmar que era uma casa com os ópios mais torpes e vis que altas pessoas frenquentavam no sábado a noite, ou qualquer outra coisa, menos a verdade. No começo achei um exagero ele querer esconder aquilo, ou fazer tanto alarde, tudo mudou quando eu soube da verdade. Sem dúvida nenhuma, se aquilo fosse relatado na época seria a ruína, a vergonha de toda Inglaterra. Pra mim foi uma surpresa saber o que era a Casa da Seda, eu não acreditei quando li, tanto que tive que parar um pouco, pensar, ler novamente, repensar, respirar, esfriar a cabeça e dizer: WHAT THE HELL! Como pode senhores de estirpe, figurões da sociedade se envolverem com tais barbaridades? Serem capazes de fazer aquilo? Mind = blow.
Como se já não bastasse todo mistério em volta da verdade, a aflição pra desmontar aquele negócio asqueroso, ainda teve o elemento surpresa. Elemento surpresa esse que só a mente do melhor detetive do mundo poderia resolver. Lembram do tal homem desesperado que entrou no apartamente de Holmes dizendo que tinha um homem com uma cicatriz o seguindo? Então, ele foi a chave de tudo. Ross não teria ficado assustado e acontecido o que aconteceu se ele não tivesse o visto. Uma brilhante cartada do escritor que usou muito bem o personagem, e ainda fez um gancho pra outra descoberta ainda mais fantástica sobre a esposa dele. É simplesmente incrível como o fim esclareceu todo o começo conturbado. É como se o mistério não estivesse resolvido antes de chegar na última palavra do livro, e isso fica martelando na sua cabeça, e quando chega na última página tudo se clareia em sua mente, todo quebra cabeça se completa. Quando terminei de ler a última linha do livro ainda fiquei com ele na mesma posição apreciando cada detalhe, cada gancho, cada peça que faltava se encaixando nas outras, o raciocínio ficando completo. Pensei em quanto fantástica a história é, talvez perca até um pouco do brilho se comparada com a forma com que o autor trança as linhas dos acontecimentos. Eu não posso dizer mais nenhum detalhe sobre a obra senão perde a graça e nem vou contar o final, porque perderia todo o sabor do momento da verdade.
Anthony Rorowitz demorou oito anos pra escrever esse livro, o resultado não poderia ser melhor. Não é a toa que recebeu tantos elogios, inclusive esse:
“Extraordinário – até melhor que os romances escritos por Conan Doyle.” – Daily Telegraph.
Sim, é impressionantes, mas também não é assim, Conan é Conan.
Bom, querido Gabriel, esta é minha opinião sobre o livro, espero não ter esquecido nenhum ponto que me chamou atenção. Resumindo tudo que achei da história, foi impressionante, fantástica, emocionante, mergulhou profundo no mundo de Sherlock Holmes, mostrou mais ainda do que o póprio Conan, questionando a origem do famoso endereço do detetive, o 221B da Baker Street. A cada começo de capítulo tem uma anotação de como ele se sentiu no dia do acontecido, de como estava se sentindo, como ele se sentia agora, pra depois começar a história, e isso passou realmente a impressão de que aqueles eram manuscritos de cem anos atrás, de quebra ainda passando aqueles sentimentos pra você, não é brincadeira, você sente o que todos estavam sentindo com cada revelação. Impecável em cada página, impecável em cada gancho, perfeito em tudo!
Só uma última coisa, primeiramente queria agradecer ao nosso queridíssimo sir Arthur Conan Doyle por ter criado Sherlock Holmes, que foi tão bom que conseguiu o que poucos, ou nenhum, escritor conseguiu, fazer seu personagem mais famosos do que seu criador. Agradecer também ao Anthony Horowitz por ter presentiado toda nação sherlockiana com tamanho presente. E finalmente agradecer ao Gabriel por ter ter me mandado o livro e quase explodir minha mente, sinceramente Gabriel, espero que Deus coloque as mãos abençoadas sobre sua casa e que cada dia que você abra sua porta tenha um livro muito bom em cima do tapete esperando pra ser lido. Eu não tenho palavras para lhe agradecer, só quero que não se esqueça de abrir a porta todos os dias e ver se tem o livro mesmo. Quem sabe?!
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